O perfeccionismo é uma característica que muitas vezes é vista como positiva, mas pode se tornar um problema quando se torna excessivo.
Pessoas que sofrem de perfeccionismo tendem a colocar muita pressão em si mesmas para atingir um nível de excelência irreal, chegando até mesmo paralisar, promovendo efeitos negativos na saúde mental e física.
Neste guia, exploraremos algumas abordagens inéditas e eficazes sobre o perfeccionismo!
O que é?
Perfeccionismo é definido como a tendência de exigir um nível extremamente alto ou até impecável de desempenho, muitas vezes com altos padrões e critérios inatingíveis. seja de si mesmo ou de outras pessoas.
Perfeccionistas geralmente têm um medo paralisante de fracassar e tendem a definir sua autoestima baseando-se em sua capacidade de atingir metas inalcançáveis.
Isso pode levar a uma mentalidade de “tudo ou nada” e a um risco maior de depressão e ansiedade junto a uma paralisação total ou imparcial na produtividade.
Segundo a psicologia, o perfeccionismo é um traço de personalidade que pode se manifestar em diferentes níveis, desde um perfeccionismo saudável até um patológico.
O nível saudável pode ser benéfico em muitas áreas da vida, mas quando se torna um comportamento excessivo e obsessivo, pode se tornar extremamente prejudicial.
Como identificar e quais os sintomas?
Na prática, uma pessoa perfeccionista recebe uma tarefa, ao invés de focar na execução e apenas nas prioridades, ele acaba gastando o tempo disponível no planejamento, nos detalhes irrelevantes, e nas coisas desnecessárias, que não são essenciais.
O que era para ser uma tarefa simples e rápida acaba se tornando denso e cansativo, levando a paralisia da produtividade por não saber por onde começar e como terminar, burnout, estresse, ansiedade ou depressão.
Existe uma frase conhecida que parafraseia esse exemplo citado: “o feito é melhor que o perfeito”.
Identificar o perfeccionismo pode ser difícil, uma vez que é visto como um traço positivo em nossa cultura. No entanto, há sinais que podem indicar que alguém tem esse traço. Algumas características comuns incluem:
Planeja muito e executa pouco: tem a necessidade de controlar todas as situações para garantir que nada saia errado, ficando preso na análise, check-list e na busca pelo o melhor em vez de partir para ação, resultando em uma falta de progresso e projetos que nunca são concluídos.
Autocrítica excessiva: uma das características mais marcantes é a tendência a criticar a si e aos outros duramente e constantemente, por pequenas falhas ou imperfeições. Eles têm altos padrões e muitas vezes se sentem como se nunca conseguissem atingi-los, se culpando por falhas, mesmo quando não são responsáveis. Isso pode levar a uma sensação de insatisfação constante e baixa autoestima.
Procrastinação: apesar de serem detalhistas e trabalharem muito, existe uma tendência em “deixar as coisas para depois”. Eles podem adiar projetos e tarefas até que se sintam “no clima perfeito” para fazê-los. Levando a atrasos e estresse desnecessários.
Improdutividade: a exaustão pela busca inalcançável do melhor faz a pessoa paralisar e se tornar improdutiva, muitas das vezes por não saber por onde começar ou por ter uma expectativa alta de energia e tempo que deverá entregar na tarefa.
Dificuldade em delegar tarefas: por acreditarem que ninguém consegue executar as tarefas tão bem quanto elas próprias; por isso, tendem a ter dificuldade em delegar responsabilidades e confiar nos outros.
Ser muito exigente: consigo mesma e com os outros, por acreditar que todos devem ter o mesmo padrão, o que pode gerar pressão excessiva e até mesmo levar a comportamentos abusivos.
Sentir-se incomodado com erros dos outros: a tendência ao perfeccionismo pode fazer com que a pessoa se incomode muito com erros ou imperfeições cometidos pelos outros, o que pode gerar conflitos e dificuldades na convivência social.
Insatisfação constante: mesmo quando atingem seus objetivos, muitas pessoas perfeccionistas não conseguem sentir-se satisfeitas, pois sempre enxergam algum detalhe que poderia ter sido melhorado.
Ser muito detalhista: as pessoas perfeccionistas podem ter uma atenção extrema aos detalhes, o que pode ser útil em algumas áreas, como a arte ou a ciência, mas pode se tornar um problema quando se torna obsessivo e atrapalha outras áreas da vida.
Ansioso, deprimido e estressado: o perfeccionismo pode levar a um alto nível de ansiedade e estresse ou se sentir deprimido, já que a pessoa se preocupa constantemente com a possibilidade de falhar, não atingir seus objetivos ou não coisas não saem como planejado.
Sentir-se constantemente cansado: o perfeccionismo pode levar a pessoa a sentir-se constantemente sobrecarregada, o que pode afetar a saúde física e mental e causar sintomas como cansaço, insônia e problemas gastrointestinais.
Rigidez e inflexibilidade (ser resistente a mudanças): As pessoas perfeccionistas tendem a ter regras muito rígidas sobre como as coisas “devem” sair como planejado, tendo dificuldade em lidar com situações imprevisíveis ou mudanças de última hora, já que isso pode ameaçar a sensação de que tudo está sob controle.
Preocupação excessiva com a opinião alheia: muitas pessoas perfeccionistas se preocupam em excesso com o que os outros pensam sobre elas, o que pode gerar uma pressão adicional para serem sempre perfeitas.
Baixa autoestima: apesar de parecerem confiantes, muitas pessoas perfeccionistas possuem uma baixa autoestima e uma necessidade constante de validação e aprovação externa.
Gastar muito tempo em tarefas simples: devido à necessidade de executar as tarefas com perfeição, as pessoas perfeccionistas podem acabar gastando muito mais tempo do que o necessário em tarefas simples, como organizar a casa ou preparar uma refeição.
É importante lembrar que esses sintomas não se aplicam necessariamente a todas as pessoas perfeccionistas e que pode se manifestar de maneiras diferentes em cada indivíduo.
Tratamentos e técnicas
O tratamento do perfeccionismo envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir psicoterapia, medicação, mudanças no estilo de vida e técnicas de relaxamento.
Abaixo, apresentamos algumas estratégias que podem ajudar a tratar o perfeccionismo:
Reconhecer que o perfeccionismo não é uma qualidade positiva: existe uma tendência em se sentir bem e acreditar que a perfeição é um indicador de excelência e qualidade, mas acaba levando a consequências negativas. Por isso é fundamental que a partir de agora você associe o perfeccionismo a uma condição negativa.
Terapia cognitivo-comportamental (TCC): a TCC é uma abordagem terapêutica que atua na identificação e mudanças de padrões de pensamento negativos e comportamentos disfuncionais relacionados ao perfeccionismo.
Terapia de aceitação e compromisso (ACT): a ACT é uma abordagem terapêutica que ajuda a pessoa a aprender a aceitar seus pensamentos e sentimentos, em vez de tentar suprimi-los ou controlá-los. Isso pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse associados ao perfeccionismo.
Medicação: em alguns casos, a medicação pode ser prescrita por profissionais, para controlar sintomas associados ao perfeccionismo.
Aceitar a imperfeição: é importante lembrar que a perfeição é inatingível e que o fracasso faz parte do processo de crescimento e aprendizado. Aprender a aceitar a imperfeição e os erros pode ajudar a aliviar a pressão.
Aprender a priorizar: ela pode ter dificuldade em priorizar tarefas e em se concentrar em uma coisa de cada vez. Aprenda a definir prioridades claras e concentre-se em uma tarefa de cada vez vai melhorar a eficiência. Indicamos você conhecer a técnica de gestão de tempo “Pomodoro”.
Mudanças no estilo de vida: fazer mudanças no estilo de vida, como estabelecer limites de trabalho, aprender a delegar tarefas e reservar tempo para relaxamento e atividades prazerosas, pode ajudar muito.
Técnicas de relaxamento: técnicas de relaxamento, como meditação, yoga, respiração profunda e relaxamento muscular progressivo, podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade associados ao perfeccionismo. Inclua esses hábitos na sua rotina.
Desenvolver uma expectativa realista: aprender a ter uma perspectiva mais realista sobre si mesmo e suas expectativas pode ajudar a reduzir a pressão colocada em si. Em vez de se cobrar pelo perfeito, se cobre pela execução do essencial.
Praticar a auto compaixão: em vez de ser crítico consigo mesmo, é importante praticar a autocompaixão e aprender a se tratar com gentileza e compaixão, mesmo que não atinja a perfeição, comemore os pequenos avanços.
Se recompensar: quando você realizar tarefas essenciais de modo simples, se recompense, pode ser um presente, um chocolate, um jantar. Mas que esse evento seja comemorativo por completar uma tarefa ou meta pela produtividade simples e não pela perfeição.
Livre-se do “deveria e poderia”: um exemplo, se você está em uma festa, foque em se divertir em vez de ficar pensando no que “poderia” dar errado.
Procurar ajuda profissional: em alguns casos, pode ser necessário procurar ajuda profissional para lidar com os desafios associados ao perfeccionismo. Um psicólogo ou terapeuta pode ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com esse mal.
O tratamento do perfeccionismo pode levar tempo e requer esforço e compromisso da pessoa. No entanto, com a ajuda de um profissional de saúde mental e a adoção de estratégias eficazes, é possível superar o perfeccionismo e viver uma vida mais equilibrada e saudável.
Quais os profissionais indicados para tratamento?
Existem vários profissionais que podem ajudar no tratamento de uma pessoa perfeccionista. O tipo de profissional mais indicado irá depender da gravidade dos sintomas e do impacto que o perfeccionismo está causando na vida da pessoa.
Psicólogo: é um profissional treinado para ajudar as pessoas a entender e modificar seus pensamentos e comportamentos disfuncionais. Um psicólogo pode ajudar a pessoa perfeccionista a identificar os pensamentos distorcidos que estão por trás de seu comportamento e a desenvolver estratégias para mudá-los.
Psiquiatra: é um médico que pode prescrever medicamentos para ajudar a aliviar os sintomas que acompanham o perfeccionismo. Medicamentos como os antidepressivos podem ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar o humor da pessoa, permitindo que ela se concentre em outras áreas de sua vida.
Terapeuta ocupacional: pode ajudar a desenvolver habilidades de gerenciamento do tempo e organização para priorizar tarefas e evitar a procrastinação. Eles também podem ajudar a desenvolver habilidades de resolução de problemas e a lidar com a pressão e o estresse de maneira mais saudável.
Coach pessoal: pode ajudar a identificar suas metas e valores e a desenvolver um plano para alcançá-los. Eles podem ajudar a definir limites saudáveis e a aprender a delegar tarefas para outras pessoas.
Em alguns casos, pode ser recomendado a ajuda de mais de um profissional para abordar diferentes aspectos do problema. O importante é procurar um profissional capacitado e experiente em trabalhar com pessoas com esses sintomas, para receber o melhor tratamento possível.
Precaução:
É importante entender que o perfeccionismo pode ser tratado com a ajuda de profissionais qualificados, e que o processo de mudança requer esforço, paciência e autoconhecimento.
Não tente mudar tudo de uma vez e colocar grandes metas e expectativas no começo, isso não é saudável e não vai estimular a evolução.
Comece por pequenos hábitos e sempre comemore e se recompense pelas pequenas conquistas e avanços diários.
Conclusão:
Em resumo, o perfeccionismo pode ser uma característica positiva em algumas situações, mas quando se torna um traço de personalidade dominante, pode levar a consequências graves para a saúde física e mental.
Se você se identificou com os sintomas descritos neste artigo, considere implementar as técnicas e tratamentos que citamos e busque ajuda de um profissional da saúde.
Lembre-se de que a busca pela perfeição pode ser uma armadilha que impede o crescimento pessoal e profissional, e que a busca pelo progresso, mesmo que imperfeito, pode ser uma abordagem mais saudável e positiva para a vida.
Todas essas recomendações vão ajudá-lo a lidar com o perfeccionismo e seus efeitos na vida diária.
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