Você tem hábito de comprar alimentos integrais? Fique atento nas próximas idas ao supermercado, pois as embalagens desses produtos estão passando por mudanças significativas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) implementou novas regras de rotulagem para alimentos integrais, como pães, torradas e biscoitos, desde abril deste ano.
Com as novas regras, os rótulos irão destacar a porcentagem de ingredientes integrais presentes no produto. Isso permitirá que você saiba exatamente o quanto de grãos integrais está consumindo.
Além disso, as informações sobre o valor energético e nutrientes presentes nos alimentos também serão destacadas, auxiliando na compreensão do impacto desses produtos em sua dieta diária.
Quais as mudanças?
Até então, no Brasil, não existia uma legislação específica que estabelecesse os critérios para determinar o que é considerado um alimento integral.
Isso permitia que os fabricantes rotulassem produtos como “integrais” como uma estratégia de marketing, mesmo que esses produtos fossem apenas enriquecidos ou contivessem quantidades insignificantes.
A partir de agora, para que um produto possa utilizar a palavra “integral” em seu rótulo, é necessário que ele contenha no mínimo 30% de ingredientes integrais. Essa porcentagem deve ser destacada de forma clara e visível na embalagem
Essa exigência é fundamental para evitar qualquer forma de confusão ou engano.
Agora, quando você encontrar a palavra integral no rótulo de um produto, poderá ter a certeza de que ele contém uma quantidade significativa de ingredientes integrais, o que traz benefícios nutricionais importantes para sua dieta.
É relevante enfatizar que a mudança não abrange farinhas integrais nem produtos que são feitos exclusivamente com cereais integrais, como, por exemplo, o arroz integral. Esses alimentos já são naturalmente considerados integrais, pois não passam por processos de refinamento.
Compreendendo as novas regras:
Regras para classificar um alimento integral:
1 — Apenas os produtos que possuírem no mínimo 30% de ingredientes integrais poderão ser classificados como integrais no rótulo.
2 — A quantidade de ingredientes integrais deve ser sempre superior à quantidade de ingredientes refinados. Essa proporção assegura que o alimento realmente contenha uma quantidade significativa de componentes integrais.
3 — No caso de alimentos concentrados ou em pó (que necessitam de preparo antes do consumo), como achocolatados ou misturas para bolos, as novas regras devem ser aplicadas considerando o alimento já pronto para consumo. Isso garante que mesmo após a modificação necessária para consumo, o produto final ainda atenda às exigências de ingredientes integrais estabelecidas.
Integrais x Refinados:
A Anvisa implementou uma resolução que estabelece a distinção clara entre ingredientes integrais e refinados.
Cereais integrais são aqueles que No passaram por processos de refinamento, mantendo suas partes externas, como a casca, e retendo a maior parte das fibras, vitaminas e minerais essenciais.
Já cereais refinados geralmente são refinados ou enriquecidos, podendo perder nutrientes durante esse processo.
Portanto, ao examinar a lista de ingredientes de um produto, procure por ingredientes como “farinha de trigo integral” ou “arroz integral”, que indicam a presença de cereais integrais.
Esses ingredientes são indicativos de um produto que oferece benefícios nutricionais superiores em comparação aos alimentos feitos com ingredientes refinados.
As novas regras da Anvisa são aplicáveis a alimentos que contenham cereais, como trigo e milho, ou pseudocereais, que são sementes com características semelhantes às dos cereais, como quinoa e trigo-sarraceno.
Informações de porcentagem legíveis:
Os produtos que utilizarem a palavra “integral” em sua embalagem devem fornecer informações claras sobre a porcentagem total de ingredientes integrais presentes no alimento.
Essas informações devem ser apresentadas com caracteres do mesmo tipo, tamanho e cor, facilitando a identificação pelos consumidores.
Já para bebidas e outros produtos líquidos, é necessário trocar o termo “integral” pela expressão “com cereais integrais“. Isso garante que os consumidores compreendam que o produto contém cereais integrais e outros ingredientes.
Prazo de adequação
A resolução da Anvisa referente à rotulagem de alimentos integrais foi publicada em 1º de setembro de 2022. No entanto, foi estabelecido um prazo para que as marcas se adequassem às novas exigências.
Até o dia 22 de abril deste ano, era permitido fabricar produtos sem atender aos novos requisitos, e esses produtos podem ser vendidos até o fim do prazo de validade.
No caso de massas feitas a partir de farinha, como espaguete ou penne, o prazo para cumprir as novas exigências se estende até 2024. Isso indica que esses produtos podem continuar sendo fabricados e comercializados sem a necessidade de atender imediatamente a todas as novas exigências até essa data.
Consequências do descumprimento:
O não cumprimento das novas regras estabelecidas configura uma infração sanitária, sujeita a penalidades conforme a legislação vigente.
Essas penalidades podem incluir advertências, aplicação de multas, interdição dos produtos e até mesmo o cancelamento do alvará de funcionamento da empresa.
Exemplos do novo rótulo:
Algumas marcas de produtos integrais já fizeram alterações em suas embalagens após a implementação das novas regras da Anvisa.
Produto adequado para integral:
A linha integral da marca Bauducco que possui os requisitos para identificar o produto como integral, adegou o rótulo, incluindo a descrição para “36% integral”.
Produtos que deixaram o rótulo integral
Algumas marcas, como a Nutrella, optaram por substituir a expressão “100% integral” por outras expressões como “100% natural” ou “100% saudável” e outras variações em seus rótulos.
Essa mudança pode ser uma estratégia adotada para comunicar a qualidade e os benefícios dos produtos de forma mais abrangente.
Embora a expressão “100% integral” não esteja mais presente, essas marcas buscam transmitir a ideia de que seus produtos são feitos com ingredientes naturais e saudáveis.
No entanto, é importante ressaltar que a ausência da expressão “100% integral” não significa necessariamente que o produto não contenha ingredientes integrais.
Para obter informações mais detalhadas sobre a composição dos produtos e a presença de ingredientes integrais, é recomendado que os consumidores verifiquem a lista de ingredientes presente na embalagem.
Benefícios dos alimentos integrais:
Os alimentos integrais são amplamente recomendados devido aos seus benefícios para a saúde. Eles possuem uma absorção mais lenta pelo organismo em comparação aos alimentos refinados e apresentam um maior teor de fibras.
As fibras presentes nos alimentos integrais contribuem para uma digestão mais lenta, o que promove uma sensação de saciedade prolongada. Isso pode ser benéfico para o controle de peso, uma vez que ajuda a reduzir a ingestão excessiva de alimentos.
As fibras também auxiliam no funcionamento adequado do sistema digestivo, prevenindo problemas como constipação e contribuindo para a saúde intestinal.
Além disso, as fibras têm um papel importante no controle da glicemia, ajudando a evitar picos de açúcar no sangue.
Ao optar por alimentos integrais, você estará escolhendo opções mais nutritivas e que promovem um melhor equilíbrio no organismo. Esses alimentos são fontes de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais para a saúde.
Nossa opinião
A implementação dessas regras tem em vista proteger e informar os consumidores brasileiros, proporcionando-lhes uma experiência de compra mais transparente e segura.
Com as medidas, os consumidores conseguirão fazer escolhas alimentares mais saudáveis e conscientes, evitando serem induzidos ao erro pela rotulagem.
Ao se conscientizar sobre as novas regras e ao procurar produtos que atendam a esses requisitos, os consumidores estarão promovendo sua própria saúde, enquanto incentivam a indústria a oferecer alimentos integrais de qualidade.
Para más noticias, visite nuestro sitio web tengo salud, sigue en Instagram @tenhosaude y en tiktok @tenhosaude.com.
Fonte: ANVISA e Globo.
