Candida auris é uma levedura fúngica que pode infectar humanos.

Candida auris: o super fungo, o que é, grupo de risco, quais os sintomas e como prevenir.

Descubra o Candida auris: um fungo mortal resistente a medicamentos que já apresenta casos no Brasil. Saiba por que ele preocupa especialistas em saúde global, suas consequências graves e como se prevenir dessa ameaça crescente.

O que é?

O Candida auris tem sido objeto de preocupação crescente no cenário da saúde global. É considerado um patógeno emergente.

Trata-se de um fungo unicelular pertence ao gênero Candida, resistente a medicamentos, considerado com uma alta taxa de mortalidade em humanos e que pode causar infecções graves em pacientes com sistemas imunológicos enfraquecidos.

Alta mortalidade:

A Candida auris representa um desafio significativo para profissionais de saúde e autoridades sanitárias em todo o mundo.

A taxa de mortalidade associada a essa infecção é preocupante, estimada em cerca de 39%, de acordo com estudos científicos. Para efeito de comparação, segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a COVID-19 tem uma taxa de mortalidade que varia de 1,9 a 2,8%.

Essa alta taxa reforça a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento adequado.

Resistência a medicamentos

Uma das características mais preocupantes é sua resistência aos medicamentos antifúngicos atualmente disponíveis.

Isso significa que os tratamentos tradicionais podem ser ineficazes contra as infecções causadas por esse fungo.

A resistência do super fungo aos medicamentos é uma das principais razões pelas quais ele é considerado um patógeno emergente e uma ameaça à saúde global.

Características

O Candida auris é uma espécie de fungo que normalmente habita na:

Pele: pode apresentar-se como lesões avermelhadas, descamativas e pruriginosas.

Boca: pode causar placas esbranquiçadas ou amareladas nas mucosas, conhecidas como candidíase oral.

Genitais: pode causar coceira, vermelhidão e corrimento anormal.

Ele também pode viver como uma parte normal da flora microbiana do corpo sem causar problemas.

No entanto, quando há uma queda na imunidade do indivíduo, esse fungo pode se tornar patogênico, invadindo a corrente sanguínea, os pulmões e outros órgãos internos.

Quais as consequências de contrair esse fungo?

Podem ter diferentes consequências, dependendo da gravidade da infecção, do estado de saúde do indivíduo afetado e da prontidão do diagnóstico e tratamento adequados.

Infecções superficiais: pode causar infecções superficiais na pele, unhas ou mucosas, como na boca ou na área genital. Essas infecções podem se manifestar como lesões, erupções cutâneas, úlceras ou sintomas semelhantes à candidíase (infecção por fungo Candida).

Infecções invasivas: Em alguns casos, pode se espalhar para órgãos internos e causar infecções invasivas mais graves, como infecções sanguíneas (candidemia), infecções do trato urinário, infecções pulmonares ou infecções nos ossos, articulações ou válvulas cardíacas. Essas infecções invasivas podem ser potencialmente fatais e requerem tratamento imediato.

Resistência a medicamentos: pode desenvolver resistência a certos antifúngicos, o que pode dificultar o tratamento eficaz da infecção. Isso pode levar a complicações adicionais e aumentar a gravidade da infecção.

Impacto na saúde geral: podem afetar negativamente a saúde geral do indivíduo, especialmente aqueles com sistema imunológico enfraquecido. Isso pode levar a complicações, tempo de recuperação prolongado e aumento do risco de outras infecções oportunistas.

É importante destacar que cada caso de infecção por esse fungo pode ser é único, e as consequências podem variar de pessoa para pessoa.

Sintomas:

Os sintomas mais frequentes de uma infecção causada por esse super fungo incluem:

  • Febre;
  • Suor excessivo (sudorese);
  • Pressão arterial baixa;
  • Calafrios.

É importante ressaltar que nem todos os infectados apresentam sintomas óbvios, dificultando o diagnóstico precoce.

Como o fungo é transmitido e qual grupo de risco?

Pode ser transmitido:

  • De pessoa para pessoa através do contato direto com superfícies contaminadas, como a pele ou objetos.
  • Transmissão indireta através do contato com gotículas respiratórias ou por meio do contato com as mãos de profissionais de saúde.
  • A transmissão também pode ocorrer em ambiente hospitalar, onde o fungo pode se espalhar facilmente entre pacientes.

Pacientes hospitalizados em unidades de terapia intensiva (UTIs), particularmente aqueles que passaram por procedimentos invasivos ou fizeram uso prolongado de antibióticos ou antifúngicos, estão mais suscetíveis à contaminação.

Como o Candida auris é diagnosticado?

O processo de diagnóstico geralmente envolve as seguintes etapas:

  1. Coleta de amostras: Para diagnosticar Candida auris, são coletadas amostras de tecido, fluidos corporais ou materiais clínicos relevantes, como sangue, urina, secreções respiratórias ou culturas de feridas.
  2. Isolamento em laboratório: As amostras coletadas são processadas em laboratório, onde o fungo Candida auris é isolado por meio de culturas em meios de cultura específicos.
  3. Identificação precisa: Após o isolamento, técnicas moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR) e a sequenciamento genético, são usadas para confirmar a identidade do Candida auris. Essas técnicas são importantes para distinguir Candida auris de outras espécies de Candida.

O diagnóstico adequado requer equipamentos e técnicas laboratoriais especializadas, pois pode ser facilmente confundida com outros tipos de fungos.

Existe tratamento?

Sim! Os medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida auris incluem o voriconazol, anfotericina B e equinocandinas, como a caspofungina e micafungina.

No entanto, a escolha do medicamento específico pode depender do perfil de resistência do fungo e da gravidade da infecção.

No entanto, a resistência a medicamentos antifúngicos pode tornar o tratamento mais desafiador.

É importante ressaltar que o tratamento de infecções por Candida auris deve ser individualizado e guiado por profissionais de saúde especializados, como infectologistas ou micologistas.

Como prevenir?

A prevenção envolve medidas semelhantes às práticas gerais de prevenção de infecções hospitalares. Aqui estão algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco de contração:

Higiene das mãos: evitar tocar a boca, os olhos e o nariz com as mãos não higienizadas. Lave as mãos regularmente com água e sabão, esfregando-as por pelo menos 20 segundos ou use um desinfetante para as mãos à base de álcool com pelo menos 60%.

Higiene e compartilhamento hospitalar: se você está internado em um hospital ou acompanhando alguém, higienize as mãos antes e depois de entrar no quarto, usar equipamentos de proteção individual assim como os profissionais de saúde. Evite o compartilhamento de equipamentos médicos e dispositivos, especialmente aqueles que entram em contato com o corpo, como cateteres e sondas. Esses equipamentos devem ser esterilizados corretamente entre os usos.

Uso excessivo de antimicrobianos: O uso excessivo e inadequado de antibióticos e antifúngicos pode aumentar o risco de infecções. É importante medicar apenas quando prescritos por um profissional de saúde e seguir corretamente a duração e a dosagem recomendadas.

Práticas de higiene respiratória: cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com um lenço descartável, ou o antebraço.

O Candida auris pode se tornar uma pandemia? Existe vacina?

Embora seja uma ameaça à saúde global, não é considerado um agente pandêmico, pois sua disseminação é mais comum em ambientes de saúde controlados.

No entanto, a vigilância contínua e a adoção de medidas de prevenção são cruciais para evitar surtos e minimizar os impactos do fungo.

Atualmente, não existe uma vacina disponível para prevenir dessa infecções. No entanto, pesquisas estão em andamento para desenvolver estratégias de imunização eficazes contra esse e outras infecções fúngicas.

A conscientização, prevenção e controle adequados são essenciais para reduzir os riscos associados ao super fungo. Por meio de uma abordagem colaborativa, podemos proteger a saúde pública.

Para mais informações, acesse Tenho Saúde.

Referências biográficas do artigo:

1- Infecções por Candida auris multirresistente em pacientes gravemente enfermos: fatores de risco e desfechos. Link: https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/26/11/20-3504_article

2- Emergência da Candida auris: um chamado internacional para ação. Link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27989986/

3- Candida auris: uma revisão da literatura. Link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29142078/

4- Epidemiologia da Candida auris em um hospital no Kuwait. Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7712429/

5- Características clínicas e fatores de risco de infecções sanguíneas por Candida auris. Link: https://www.cambridge.org/core/journals/infection-control-and-hospital-epidemiology/article/clinical-epidemiology-and-risk-factors-of-candida-auris-bloodstream-infection-in-trauma-patients/3EA73377313B52D55413A9B1EAF818C0

6- Candida auris: um patógeno emergente multirresistente de significância global. Link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28888662/
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